Inflação na RMR acumula alta de 8,17% neste ano, aponta IBGE
A dura realidade enfrentada por moradores da Região Metropolitana do Recife (RMR) no dia a dia foi, mais uma vez, comprovada pela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mede o avanço da inflação. O resultado, divulgado nesta quarta-feira (10), apontou um aumento de 8,17% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Grande Recife em 2021.
Com esse percentual, a RMR ocupa a sétima posição no ranking das capitais e regiões metropolitanas pesquisadas, empatada com Goiânia. O resultado é ligeiramente inferior à média nacional para o mesmo período, 8,24%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA do Grande Recife é ainda maior, 10,29%, contra 10,67% no Brasil.
Em outubro, a alta registrada na Região Metropolitana foi de 1,09%. Nesse período, o maior avanço foi registrado no segmento de Transportes, 3,09%, que segue pressionado pelo aumento das passagens aéreas, do transporte por aplicativo e pelos sucessivos aumentos no preço dos combustíveis.
Em seguida, aparecem as categorias de vestuário e artigos de residência, com aumento de 2,24% e 1,42%, respectivamente. Já o setor de alimentação e bebidas, maior responsável pelo aumento da inflação ao longo de 2020, ficou em quarto lugar no IPCA de outubro, com 1,16%. Os grupos que tiveram alta abaixo de 1% foram despesas pessoais (0,97%), saúde e cuidados pessoais (0,3%) e comunicação (0,16%).
Os dois únicos setores que tiveram redução foram os de educação (-0,01%) e habitação (-0,6%), que havia tido a maior alta entre todos os grupos de produtos e serviços pesquisados no mês anterior. De acordo com o IBGE, a queda expressiva ocorreu por conta da redução da cobrança de PIS/Cofins no preço da energia elétrica residencial.
Pelo segundo mês consecutivo, o produto ou serviço que registrou o aumento mais expressivo foi o das passagens aéreas, 47,52%, seguido pelo transporte por aplicativo, 23,83%. Na sequência, aparecem o chocolate em barra e bombom (12,43%), a batata-inglesa (10,77%) e o cheiro-verde (10,34%).
Já no acumulado dos últimos doze meses, os segmentos que mais sofreram com os aumentos na RMR foram os de transportes, 19,78%, habitação, 15,48% e alimentos e bebidas, 10,76%. O economista da UNIAESO, Hugo Albuquerque, oferece algumas dicas para quem está tentando driblar a alta dos preços. “Para minimizar esses impactos, o que se pode pensar é realizar uma pesquisa de preços para verificar onde tem produtos mais baratos. Muitas vezes existem diferenças de preços que não parecem significativas mas no final das contas é possível obter alguma economia. Além disso, também é possível adiar compras que não são tão urgentes e se concentrar no que de fato é essencial”, informou.
O economista também destaca que, para este ano, a tendência é de que a inflação siga elevada. “A previsão de inflação para este ano continua acima da meta definida pelo governo e a expectativa é de que passe de 8,5%. No próximo ano, com a política de elevação da taxa Selic, talvez possamos sentir a diminuição da inflação”, concluiu.