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DEPRESSÃO: Eleições causam ansiedade, estresse e aumentam risco de depressão; veja como controlar tensões



Estudos da Associação Americana de Psicologia (APP) mostram que, em 2020, durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos, 68% dos eleitores apresentaram maior vulnerabilidade em ter sintomas de transtorno psiquiátrico vinculados aos sentimentos e emoções diante do clima acirrado das eleições.

O processo de escolha do próximo presidente do Brasil também tem sido rodeado de momentos de estresse e ansiedade, que são considerados o mal do século e um dos fatores de risco para a depressão

"A saúde mental dos sujeitos é completamente afetada independentemente do lado que a pessoa esteja: de quem ganha ou perde. O dano maior é ocasionado depois das eleições para aqueles que escolheram o candidato que não foi eleito", afirma a psicóloga e professora universitária, Sandra Farias.

No Brasil, diante do atual cenário eleitoral, verifica-se que parte das pessoas apresenta um comportamento de enfrentamento de seu posicionamento político através de agressividade e irritabilidade.

Em algumas famílias, especialmente as que têm preferências políticas opostas, percebe-se que reina um silêncio, no intuito de evitar conflitos ou minimizar os danos causados pelo estresse diante de um possível desentendimento. 


"Como forma também de minimizar o estresse, recomendamos evitar o contato excessivo com redes sociais, evitar entrar em discussões que perpassem pela temática incitadora de estresse e tentar ter alguma atividade prazerosa que canalize a ansiedade diante do tema", orienta Sandra Farias. 

ANSIEDADE: COMO CONTROLAR

Durante essa espera para decidir quem será o próximo presidente do País, os brasileiros demonstram ansiedade, dificuldade de dormir, ânimos acirrados e estresse. 

O médico Juliano Pimentel, autor do livro Ansiedade: o fim da escravidão, publicado pela Citadel Editora, reforça que momentos desafiadores estão presentes na vida de todos. Contudo, o que importa é a forma como cada um reage a esses acontecimentos.

"Se a resposta é se encher de preocupações que lhe tiram o sono, afetam o seu rendimento, mudam completamente a sua rotina e acabam com a sua saúde, sim, você é mais um ansioso ou ansiosa patológico", diz Juliano. 

ANSIEDADE ELEIÇÕES 


Nestes dias que antecedem as eleições do segundo turno para presidente da República e para governadores de Estados, tem se constatado o desenvolvimento de um novo fenômeno que vem sendo denominado como ansiedade eleitoral. 

É o que diz o advogado Francisco Gomes Júnior, presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP). Ele relata que não são raros os casos de ansiedade diante do cenário de campanha eleitoral.

"Alguns sintomas são facilmente observados. Por exemplo, quando não se consegue falar de outro assunto que não sejam as eleições ou quando, nas redes sociais ou no noticiário de internet, só se lê sobre o assunto. Nesse caso, a pessoa se insere cada vez mais no tema, que passa a afetar suas emoções, traz discussões acaloradas com amigos e família e gera dificuldades no sono", escreve, em artigo, Francisco.

"No dia a dia, encontram-se muitas pessoas com esse perfil, mergulhadas no mundo das eleições, com muita ansiedade no aguardo do dia do pleito eleitoral e com dificuldade de tratar de outros temas. Todos sabemos que a ansiedade deve ser tratada e contida, seja por meio de medidas simples ou até mesmo por medicamentos, que só podem ser prescritos por médico competente."

Para as pessoas com esse perfil controlarem esse sentimento de ansiedade, Francisco recomenda procurar um psicólogo ou psiquiatra. "Certamente terá a melhor orientação para administrar a situação. Mas, caso entenda ser possível cuidar de si mesmo, desligue-se o quanto conseguir do assunto, passe a consumir menos notícias sobre o tema e desprenda menos tempo nas redes sociais", acrescenta.  

SINTOMAS DE ESTRESSE

Entre os sintomas mais comuns de um quadro de estresse, estão dor de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, temperamento explosivo, estômago perturbado, insatisfação no trabalho, depressão e ansiedade.

"Praticar meditação, fazer exercícios físicos ou realizar atividades prazerosas, como ler e cozinhar, são excelentes maneiras de quebrar a rotina corrida e modular o estresse", recomenda a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Esses cuidados são importantes porque, apesar de o estresse ajudar a lidar com perigos e crises, altos níveis dele por longos períodos de tempo podem gerar reações que, se não controladas, prejudicam seriamente a saúde do organismo.

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